Ela circundou minha objetiva com as mãos. Objetiva lambeu-me
a cara, disse que eu tinha o gosto triste do homem que espera o barco. “Isso é
uma árvore. Soletre árvore”. A língua marrom tocou o fundo dos seus dentes. “A-R-V-O-R-E”.
Não se conformava com o tamanho das árvores que só vira em fotos; nada é maior do que o gelo que derrete,
muito grande, ela falou, esticando a perna, sua vulva não era fria, e botar a
boca nos seus pelos me fazia lembrar da grama.
gengiva de baleia
terça-feira, 13 de novembro de 2012
domingo, 5 de agosto de 2012
Umbigo
Tudo mais o
que, meu amor? Vamos fazer panquecas, vamos fazer um bebê clandestino, criá-lo
como se fosse uma lontra, sempre imergindo, sempre no limiar. Eu não me
conformo com a crueldade, não a dele. Quero transformá-lo num lar sem telhado,
na coisa mais verde, no berço. Quero borrifar meus cigarros na sua boca, se pudesse como um camelo de mil estômagos digeriria a comida para você perceber o que te engorda. Aqui
dentro, meu homem, o homem do umbigo imprestável, aqui dentro existe um céu.
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